BROMELIACEAE

Aechmea distichantha Lem.

Como citar:

Miguel d'Avila de Moraes; Tainan Messina. 2012. Aechmea distichantha (BROMELIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

2.194.066,704 Km2

AOO:

720,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

No Brasil, a espécie ocorre em áreas de Cerrado e Mata Atlântica nos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e em toda a região Centro-Oeste (Forzza et al., 2010). A espécie também ocorre na Argentina, Uruguai e Paraguai (Reitz, 1983). A espécie foi registrada para a Serra de São José, em Tiradentes-MG (Alves; Kobek, 2009). Foi registrada para a área urbana de Curitiba (Biondi; Pedrosa-Macedo, 2008). Elevação segundo Reitz (1983), Martinelli (1994), Cielo-Filho et al. (2009), Kersten; Silva (2002). A espécie foi registrada às margens do rio São Jerônimo, entre os municípios de Guarapuava e Pinhão - PR, em mata ciliar próxima ao rio (floresta de planície) (Kersten et al., 2009). A espécie foi registrada como holoepífita facultativa na planície litorânea da Praia da Fazenda e pertencente ao Núcleo Picinguaba do Parque Estadual da Serra do Mar, situada no norte do município de Ubatuba - SP (Mania, 2008). Moura et al. (2007) indicam ocorrência do táxon para as restingas de Mangaratiba até Ponta da Trindade, incluindo a Ilha Grande. Nanuncio; Moro (2008) registraram a espécie em estepes savânicas de Piraí da Serra - PR. Segundo Ritter (2008), a espécie ocorre nas seguintes localidades dos Campos Gerais do PR: Piraí da Serra, Vale do Rio São João, P.E. Vila Velha, Buraco do Padre, Usina Pitangui e Cachoeira da Mariquinha. Ocorre nos campos do planalto de Itararé - SP, área de aproximadamente 40.000 ha (Scaramuzza, 2006).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Miguel d'Avila de Moraes
Revisor: Tainan Messina
Categoria: LC
Justificativa:

?Espécie amplamente distribuída. Não foi considerada sob risco de ameaça.

Perfil da espécie:

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Segundo Bataghin et al. (2010), em estudo sobre a distribuição da comunidade de epífitas vasculares em sítiossob diferentes graus de perturbação na Floresta Nacional de Ipanema - SP, foram encontrados 10 indivíduos epifíticos. A espécie apresentou baixo Valor de Importância Ecológica (0,5) no ambiente Remanescente Isolado/Alterado. A unidade possui 5.179,93 hectares e está localizada nos municípios de Iperó, Capela do Alto e Araçoiaba da Serra. Foram registrados cinco indivíduos em uma área de 47,3 ha que correspondeu a um baixo valor de importância (1,07) (Dettke et al., 2008). Geraldino et al. (2010) reportou 12 indivíduos com uma densidade relativa de 1,78 na Capela do Calvário (média altitudinal 630 m), área particular com ca. 30 ha no município de Campo Mourão - PR. Seus limites são terrenos agrícolas cultivados e uma represa no Rio do Campo, que atravessa a propriedade de sul a norte. Kersten; Silva (2002) relataram cinco indivíduos em ca. 9 ha de floresta ombrófila mista aluvial da Refinaria Presidente Vargas (Repar/Petrobras) no município de Araucária-PR. Nesse estudo, a espécie recebeu as maiores notas de abundância devido ao grande porte das rosetas foliares, pois raramente são observadas em grande quantidade em um mesmo estrato ou árvore. Kersten (2006) encontrou a espécie em áreas de floresta ombrófila mista na bacia do Alto Iguaçu - PR. Nesse estudo, a espécie apresentou frequência absoluta nas zonas = 10% e frequência absoluta nos forófitos = 40% no ecótono Floresta Ombrófila Densa/Floresta Ombrófila Mista, sendo encontrada preferencialmente na copa interna dos forófitos. Já na área do planalto paranaense, a espécie apresentou frequência absoluta nas zonas = 12% e frequência absoluta nos forófitos = 30%; nesta área, A. distichantha foi considerada pioneira tardia e a sexta mais importante - a única bromélia dentre as 10 espécies mais importantes, devido sua elevada dominância. Segundo Nunes-Freitas (2004) a espécie ocorreu com frequência relativa de 2% em 39 unidades amostrais na Ilha Grande - RJ, a partir de um total de 1051 indivíduos divididos em: 882 indivíduos em área florestada da praia de Palmas, 159 indivíduos na Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul e nove indivíduos na praia de Santo Antônio. Santos (2008) encontrou a espécie no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo - SP. Nesta área, A. distichantha apresentou Valor de Importância Epifítico = 1,88 e Dominância Absoluta = 17.

Ecologia:

Biomas: Cerrado, Mata Atlântica
Fitofisionomia: Ocorre no P.E. Monge (PR), em vegetação de campos limpos com capões e matas ciliares (IAP, 2002). A. distichantha geralmente é encontrada a ca. 2 m do solo em forófitos com 10 m de altura na Ilha Grande - RJ (Nunes-Freitas, 2004)., Romero (2005) relatou a associação de aranhas do gênero Coryphasia com A. distichantha em florestas montanas de inselbergs no município de Monte Verde - MG e inselberg Pão de Açúcar no Rio de Janeiro - RJ.
Habitats: 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane, 4.7 Subtropical/Tropical High Altitude, 3.7 Subtropical/Tropical High Altitude
Detalhes: Martinelli (1994) indicou que A. distichantha em Paraty floresce em novembro e dezembro e a maturação dos frutos ocorre entre janeiro e fevereiro, sendo visitada pelos beija-flores Ramphodon naevius e Thalurania glaucopsis. Ainda, a partir de ensaios de polinização o autor sugere que a espécie é auto-incompatível.

Ameaças (1):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.3 Extraction
Devido a sua ocorrência fora da região "bromélia-malária" em SC, a espécie não foi afetada pelo desmatamento e retirada manual (Reitz, 1983).

Ações de conservação (3):

Ação Situação
4.4 Protected areas on going
​Ocorre no Parque Estadual do Monge, localizado no município de Lapa – PR. A unidade possui uma área de 297,83 ha, onde são desenvolvidas atividades de pesquisa, vigilância e turismo religioso (IAP, 2002). Cielo-Filho et al. (2009) reportou a espécie para a Floresta Estadual e Estação Ecológica de Paranapanema, especificamente ocorrendo ao longo de uma trilha com 471 m de extensão, em área de Floresta Estacional. Ocorre no Parque do Ingá, UC municipal dentro de Maringá - PR, destinada ao turismo, lazer e preservação ambiental, coberta com floresta estacional semidecidua bastante alterada pela ação antrópica (Dettke et al., 2008). A espécie foi registrada no Núcleo Picinguaba do Parque Estadual da Serra do Mar, situada ao norte do município de Ubatuba - SP (Mania, 2008). Ocorre no P.E. do Turvo em Derrubadas - RS (Rocha, 2009). Ocorre no P.E. de Vila Velha - PR, que compreende uma área de 3.803 hectares.
Ação Situação
5.7 Ex situ conservation actions on going
Encontra-se cultivada no viveiro da seção de Ornamentais do Instituto de Botânica de São Paulo (Mercier; Guerreiro-Filho, 1990). Mercier; Guerreiro-Filho (1990) após estudo da germinação de Bromeliaceae, concluiram que A. distichantha possui grande potencialidade adaptativa, pois apresentou altas porcentagens de germinação em todas as temperaturas ensaiadas e alta taxa de sobrevivência das plântulas à transferencia para um substrato após 60 dias.
Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
A espécie foi considerada "Vulnerável" (VU) na Lista vermelha da flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).